sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Converter-se


Converter-se e plantar os pés na realidade

Frei Gustavo Medella

"A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”, diz o pensador e escritor dominicano Frei Betto.
 Parece ser esta a intuição presente na Liturgia deste 3º Domingo da Quaresma, quando o Senhor, “Aquele que é”, pede a Moisés que retire suas sandálias e plante a planta do pé sob o chão da realidade, a partir da qual o próprio Deus se manifestava na árvore espinhosa que queimava em chamas sem se consumir, ou seja, a sarça ardente. É pisando no chão da própria história que Moisés entra em sintonia com aquele que nem o Céu nem a terra conseguem conter, o distante que se faz próximo.
E é na linha da proximidade que São Paulo, ao interpretar as Escrituras, identifica Jesus no rochedo que acompanhava o Povo de Deus em sua travessia pelo deserto rumo à libertação: “E todos beberam da mesma bebida espiritual; de fato, bebiam de um rochedo espiritual que os acompanhava – e esse rochedo era Cristo” (1Cor 10,4). Converter-se é buscar incessantemente a proximidade com o Senhor, é aprofundar as próprias raízes no chão da realidade, buscar a força gratuita que o Senhor derrama na vida que ele amorosamente criou, no chão da terra que fornece os nutrientes, na força da semente que gera a vida.
Caminhar na alienação do egoísmo, da satisfação exclusiva dos próprios prazeres é comportar-se como a figueira estéril, num estilo de vida que leva ao vazio, que não produz frutos, que não alimenta a luz de Deus presente em cada coração humano. Abrir-se à graça de se reconhecer frágil, porém infinitamente amado, é o caminho que leva a uma profunda realização interior, à produção de frutos abundantes e generosos produzidos por aquele que se deixa guiar pelos caminhos da conversão".
Equipe de catequistas da Paróquia de São Francisco, que cuida da evangelização e conversão dos pequeninos

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