quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

CF 2017

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2017


Com o tema, Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida, e o lema inspirado no livro de Gênesis 2,15; Cultivar e guardar a criação, a CNBB nos convida a entrar-nos no clima da Laudato Sí', Encíclica escrita por Papa Francisco sobre o meio ambiente, na qual ele afirma que viver a vocação de guardiões da obra de Deus, não é algo opcional da vida cristã.

O objetivo da Campanha da Fraternidade desse ano de 2017 é, conhecer e reconhecer os biomas brasileiros como dons de Deus, confiados aos homens para que neles sejam mantidas relações equilibradas e fraternas.

Cuidar da Criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos à luz do evangelho.

A depredação dos biomas, a crise ecológica que estamos vivendo, nos pede uma profunda conversão interior. pois sabemos que alguns cristãos, muitos deles até comprometidos e piedosos, frequentemente se omitem das preocupações do meio ambiente, dos povos originários e da casa comum.

Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem, somos conduzidos a uma vida nova, uma conversão, pois todos nós cristãos, recebemos de deus o Dom da Fé, e na fé somos despertados para o cultivo  e a criação de Deus. Somos os guardiões que Deus escolheu para cuidar e guardar a sua obra. Junto a essa responsabilidade vem os desafios:
  • Conhecer, admirar, preservar, cultivar e guardar tudo que Deus criou e nos entregou para sermos guardiões.
Para sermos bons guardiões da obra de Deus temos que superar indiferenças e egoísmo, nos atentar em relação à ecologia, superar o comodismo, adquirir hábitos de consumo consciente, evitar os desperdícios, orar para que haja políticas públicas ambientais.

Nesse clima de consciência a Paróquia de São Francisco organizou uma equipe de lideranças pastorais, coordenadores e pessoas de boa vontade para se fazerem presentes no repasse da CF na micro-centro realizado no dia 05 de fevereiro de 2017 na Igreja Santa Tereza D'Avila, onde participaram de estudos, palestras e trabalhos em grupos. Na ocasião também tiveram oportunidade de contar com uma breve explanação da Ludato Sí' e relatos da história dos seis biomas brasileiros; Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampas.

Conscientes que junto a esta rica biodiversidade surge uma diversidade étnica e cultural, na qual todos nós somos convidados pelo Pai a nos comprometermos e responsabilizármos pela sua criação. CRIAÇÃO DE DEUS !

( Marlene Almeida)



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Seminário REPAM

"A CIDADE DE IMPERATRIZ É SEDE DO SEMINÁRIO LAUDATO SÍ' DA REPAM"
A Diocese de Imperatriz organizou entre os dias 10 a 12 de Fevereiro de 2017, o primeiro seminário da REPAM no Estado do Maranhão. A Comissão Episcopal para a Amazônia e a Rede Eclesial, PAM-AMAZÔNIA-REPAM, vem promovendo seminários desde 2016 em todos os regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, na Amazônia Legal, identificando e fortalecendo iniciativas sócios ambientais no contexto amazônico.
O Seminário "Os Desafios Ambientais da Amazônia", a partir da encíclica Laudato Sí', escrita por Papa Francisco, em parceria com as dioceses maranhenses de Balsas, Carolina, Grajaú, Imperatriz, Viana e Nordeste V, contou com 120 pessoas, entre lideranças indígenas, sertanejos, ribeirinhos, pescadores artesanais, quilombolas, geraizeiros (povos que vivem nos cerrados), lavradores, quebradeiras de coco, representantes das pastorais sociais, sociedade civíl organizada, religiosos e religiosas, padres e bispos, participaram do encontro em Imperatriz no Centro de Pastoral Anajás.
A proposta do seminário é tecer redes e estabelecer intercâmbios nesta região, usando debates e interação, para provocar a transformação da realidade local diante dos impactos ambientais que a amazônias e seus povos vem sofrendo ao longo dos anos. Várias questões foram tratadas, como o desmatamento desenfreado, concentração fundiária no Maranhão, a contaminação dos rios e suas nascentes devido aos grandes plantios, às indústrias e as violações aos direitos humanos e à natureza. 
A Região Amazônica é um dos maiores berços da biodiversidade ecológica e cultural do planeta. A preocupação da igreja com esta região é pautada pelo trabalho de vários religiosos que perderam suas vidas em defesa dessa grande casa comum, como padre Josimo e Irmã Dorothy, entre outros. 
No final desses três dias de seminário, os participantes publicaram a CARTA COMPROMISSO que segue abaixo.
"Reunidos/as em Imperatriz, às margens do rio Tocantins, nós, mulheres quebradeiras de coco, indígenas, quilombolas, lavradores/as, assentados/as, catadores/as de materiais recicláveis, geraizeiros/as, pastorais sociais, sociedade civil organizada, leigos/as, religiosas/os, padres e bispos; 120 participantes do Seminário promovido pela Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e pelo Regional Nordeste 5, nos dias 10 a 12 de fevereiro de 2017, ouvimos os clamores da terra e dos povos da nossa Amazônia. O capital, sobrepondo-se ao bem viver, envenena rios e fontes, polui o ar, a terra e as águas, escraviza nossos irmãos e irmãs, incentiva o consumismo desenfreado, destrói a natureza, marginaliza os povos tradicionais, institui a monocultura, devasta nosso bem mais valioso que é a Vida.
Refletindo à luz dos ensinamentos da Encíclica Laudato Sì do papa Francisco, nos damos conta da necessidade de unirmos forças na luta comum, apoiados nos diálogos entre as pastorais sociais e os movimentos dos povos tradicionais. Somos, em nossa maioria, os/as oprimidos/as e afetados pelos grandes empreendimentos desenvolvimentistas que privilegiam poucos. Faz-se, portanto, urgente que nos reorganizemos, principalmente, na atual conjuntura pós-golpe, com perda de direitos adquiridos e da investida do governo num projeto de morte. 
O aumento da exploração mineral e a expansão do agronegócio ameaçam a vida e a natureza. O programa federal MATOPIBA, que abrange os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, ameaça destruir 73 milhões de hectares do bioma cerrado. Esse bioma é berço das águas, de riquíssima biodiversidade e há centenas de anos abriga populações tradicionais, como indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, pescadores e camponeses. O MATOPIBA é a expressão concreta da “complexa crise socioambiental”, a que o Papa Francisco se refere na Laudato Sì (LS, 139). 
Precisamos fortalecer os movimentos sociais com uma nova ordem política, social, econômica e ambiental. No Maranhão já existem muitas articulações de forças vivas: povos tradicionais, pastorais sociais e movimentos populares, entre elas a TEIA. Estas iniciativas estão em perfeita consonância com a espiritualidade e as práticas propostas pela Laudato Sì, que afirma “tudo está interligado” (LS, 117). 
Não podemos nos submeter à lógica do atual sistema de desenvolvimento econômico que exige o sacrifício de populações inteiras em favor de uma minoria. Quem mais tem, acredita precisar sempre mais. Nós queremos um envolvimento que respeite os povos e seus modos de existência, que nos faça reencontrar o nosso lugar na comunidade. Precisamos superar o individualismo e o descompasso das informações.
Cabe a nós o papel de cuidar da Criação, colaborando com Deus, denunciando as práticas devastadoras das fontes da Vida, estimulando uma profunda “conversão ecológica” de toda a sociedade (LS, 217). Precisamos ter ciência de que não somos proprietários da natureza, generosamente doada para o bem viver em harmonia. Somos “peregrinos e passageiros” (LS, 67), outras gerações virão depois de nós. Faz-se necessário retomar e fortalecer o compromisso social da nossa Igreja, em sua missão profética, cultivando sempre a espiritualidade descrita na Laudato Sì. A Encíclica do Papa “deve chegar a todos que habitam este planeta” (LS, 03).
Por fim, motivados/as pelas provocações deste Seminário e novamente iluminados/as pelos ensinamentos da Laudato Sì, assumimos o compromisso de:
•    Tornar conhecida a Repam, através do fortalecimento das pastorais sociais a nível diocesano e regional;
•    Articular e fortalecer as pastorais sociais, consolidando um Comitê da Repam a partir das dioceses do Sul do Maranhão, incluindo lideranças dos povos tradicionais e dos movimentos populares, com o apoio do Secretariado do Regional Nordeste 5;
•    Continuar o estudo e o repasse das propostas e orientações da Laudato Sì, envolvendo as mais diversas instâncias eclesiais e movimentos populares.

(Marlene Almeida )


Papa

Divulgado o tema para o 54º Dia Mundial das Comunicações  "Para que contes aos teus filhos e aos teus netos. A vida se faz história”...